domingo, 13 de outubro de 2013

sobre PL 341/2005 (de São Paulo) - espaço exclusivo para mulheres no transporte público

Esse era um blog abandonado (explicações nos últimos posts de anos atrás!), mas essa PL (Projeto de Lei) 341/2005 merece ser comentado por este blog.

Bem, para saberem o básico: é um projeto de lei que pretende criar espaços exclusivos para mulheres no transporte público de São Paulo. Vejam http://noticias.terra.com.br/brasil/cidades/sp-comissao-aprova-espaco-exclusivo-para-mulheres-no-transporte-publico,4e2fc1d0f868f310VgnVCM20000099cceb0aRCRD.html
Estadão explica que não é o único do gênero vide http://www.estadao.com.br/noticias/geral,projetos-propoem-vagao-exclusivo-para-mulheres-em-sp,1081624,0.htm

Uma matéria da IstoÉ de 2008 faz um balanço de países onde isso já existe. No Brasil, existe vagão exclusivo para mulheres no Rio de Janeiro.http://tribunapopular.wordpress.com/2008/08/02/mexico-tem-onibus-exclusivo-para-mulheres/
Época Negócios noticiou quando a medida foi implantada na Indonésia http://epocanegocios.globo.com/Revista/Common/0,,ERT164717-16367,00.html

Afinal, a ideia é boa? Não na opinião de muitas feministas. Por mais que isso possa ser surpreendente à primeira vista.

Nádia Lapa da CartaCapital diz que não é por aí, o título é "Vagão só para mulheres: parece uma boa ideia mas não é". Ela diz que tem de se pensar na integração sem conflitos e não em separar mulheres e homens. http://www.cartacapital.com.br/blogs/feminismo-pra-que/vagao-exclusivo-para-mulheres-parece-uma-boa-ideia-mas-nao-e-8235.html.

Se quiserem ver as pessoas debatendo, vocês podem ver a discussão que rolou no facebook do Feminismo Sem Demagogia, elas discutiram os vários aspectos pró e contra. https://www.facebook.com/photo.php?fbid=520300644731551&l=f7d5e1a70d

Já o blog A Canhota não é tão enfaticamente contra, mas pondera "Assim como acredito que a luta feminista deva se pautar para além dos vagões exclusivos, apesar deles serem necessários no contexto atual. Nossa luta é para que um dia esses vagões se tornem obsoletos, assim como as catracas." em http://acanhota.wordpress.com/2011/05/26/por-uma-vida-sem-catracas-e-sem-machismo%C2%B9/

Uma consideração importante publicada em Blogueiras Feministas é um post de autoria da Hailey Kaas de que essa ideia piora muito a situação de mulheres transsexuais que poderão ser vistas e discriminadas como homens. Ela inclusive lança crítica às posições de feministas que viram como algo benéfico: "(...) li algumas críticas de colegas feministas, espalhadas pelo Facebook e Twitter, assim como esse texto de Cely Couto: ‘Vagões para mulheres, sociedade para homens‘. A maioria das críticas foca na ideia perversa da segregação de mulheres em prol de um paliativo benéfico que na realidade somente tapa o sol com a peneira." (vale a pena ver o artigo completo em http://blogueirasfeministas.com/2013/07/vagoes-exclusivos-para-mulheres-e-a-iminencia-da-exclusao-de-pessoas-trans/)

OK, mas como estamos no blog Investigação Hentai, o abjetivo aqui é analisar a questão de outro ponto de vista, de um especialista no tema Hentai (caramba, até hoje dá um pouco de vergonha  me denominar "especialista em Hentai" mas como o já expliquei em posts que eram para ser os últimos: me envolvi no tema pensando em estudar para conseguir Bolsa de Estudos numa época bastante difícil da minha vida. Se eu fosse um mangaká iria recorrer a desenhar Hentai para sobreviver, mas como isso não se adequava ao meu caso, resolvi tentar atacar de pesquisador. Da mesma forma que se eu tivesse um corpo lindão e estivesse desempregado, eu iria... bem, deixo para imaginação de vocês.).

Procedimento de praxe, vamos nos enfocar no território do Japão
Hentai é fruto da cultura japonesa, onde se liberam as fantasias em forma de animação, etc. Bem, quem já conhecia o blog sabe disso, quem não sabe pode pesquisar mais no próprio blog (COM O ALERTA DE QUE O QUE SE VÊ PODE SER PERTURBADOR - PELO MENOS O PRÓPRIO AUTOR DO BLOG SAÍA MEIO PERTURBADO!)

Tá, indo direto ao ponto: existem sim fantasias sexuais dentro de transportes públicos. E voltando um pouco aos velhos tempos do blog, vamos investigar um pouco do porquê.

Bem, vou colocar algumas coisas que achei. RECOMENDA-SE NÃO DAR PLAY OU CRITÉRIO AO FAZÊ-LO. ENTENDA-SE QUE FORAM COLOCADOS MAIS COMO OBJETO DE ESTUDO DE UMA DADA CULTURA EM TAL TEMPO - eu digo em tal tempo pois concordo com o blog A Canhota e também espero que no futuro esses vagões reservados às mulheres sejam descecessários pois os homens saberão respeitar as mulheres.

Aliás ou nesse futuro das mulheres mais respeitadas não existirão fantasias Hentai no trem ou elas continuarão a subsistir mas com homens sabendo delimitar fantasia da realidade.


Sweet anime girl fucked in the train brought to you by PornHub
Curiosidade: o autor do blog não assistiu os videos completos acima, só viu os trechos. Não sei o que passa no video completo, mas independentemente do que se viu, o blog pode dizer: vocês não viram nada, tem muito mais. E para complicar: tem também as versões live-action (leia-se: usando atores reais para reencenar essas fantasias. O universo pornô já causa toda uma "deformação" na mente dos adolescentes punheteiros (desculpe a linguagem direta) pois muita coisa que se vê no pornô não é real, misturando as coisas extremamente fantasiosas do hentai, a mente fica toda bagunçada...

Ah, aliás, parece que tem um video bem humorado comentando das diferenças entre o pornô e o real, confiram umas imagens-trechos aqui: http://www.hypeness.com.br/2013/08/video-mostra-as-diferencas-entre-sexo-real-e-porno-ilustrado-com-comidas/ (e acessando a página poderão assitir o video)

Bem, já comentamos que existem coisas estranhíssimaas sendo puxadas para realidade, como este. Agora, no caso do transporte público, não sei o que veio primeiro, mas provável que primeiro tenha surgido o pornô com atores reais em trens, e depois o hentai adaptando essa fantasia ao anime. Nas locadoras japonesas, tem muito material de fantasia em trens, ônibus, etc. Até onde sei, muito mais que a fantasia de fazer sexo em espaços abertos/públicos.

Aliás, de videos com atores reais, tem aqueles de gênero ingênuo (em que mulheres e homens parecem participar de uma brincadeira sexual), e tem aqueles cujo absurdo da situação é "explicado" por algo mais absurdo ainda: não é que o sexo dentro do busão ocorre na boa com todos (parceiros sexuais e outro passageiros parecendo que estão numa brincadeira), mas com violência. Ou seja, as pobres jovens são vítimas de gangues violentas de violadores, inclusive as imagens fingem ter sido captadas por um membro da gangue cinegrafista. Lembro que vi um deles com um desfecho horrível: após rasgarem as roupas e violentarem a jovem, ainda a empurram sem roupas na calçada quando o ônibus pára, provavelmente para deixá-la ainda mais traumatizada e humilhada, dando um prazer sádico a quem curte isso... então o prazeres sexuais envolvidos são: anonimato, submissão, submissão de vítima anônima, sadismo...

------------
o páragrafo acima acho que soou muito "pesado", associando a situação à violência. Esqueçam um pouco o parágrafo anterior e vejam esse vídeo mais simpático e divertido, que ganhou prêmio na categoria Show do Gongo no Festival Mix de Diversidade Sexual:

O que vemos aí? que há diversão no contexto do anonimato e "surpresa" da situação. Passamos por muitas pessoas quando pegamos transporte público e isso alimenta umas fantasias também.

EXPLICAÇÃO:
Acho que dá para passarmos à reflexão do fenômeno. No vídeo A Mona do Lotação se viu que o contexto espacial envolve fantasias. Vimos também que à elaas pode-se somar coisas mais desagradáveis como submissão da vítima anônima, que tem a ver com irresponsabilidade, desapego, etc.

Voltando a um contexto japonês, há muita impessoalidade entre eles. É provável que o silêncio humano atisse uma coisa dentro do ser humano que busca contato social. Convém lembrar que se especula que se a sociedade japonesa não fosse tão pudica, é provável que os videos eróticos de lá fossem menos extremos... Acho que ainda rola a censura com tarjas, talvez sem as tarjas, não haveria tanto apelo para as provas de gozo, e sem as provas de gozo, talvez não se atiçasse tanto as fantasias de "bukkake" (espalhar esperma em cima das mulheres).

Em muitos vídeos desse gênero de fantasia, se vê que as vítimas não são 100% vítimas, pois elas começam a dizer que estão gsotando, pedem mais, etc. (explicando: existem tanto as fantasias de 100% violência, em que o ato começa violento e a vítima faz cara de quem não gosta do começo ao fim, quanto as que começam com a vítima não gostando e depois passam a gostar. Essa é a divisão grosseira, existem alguns outros gêneros no meio-termo, como as que passam a gostar tão exageradamente que ficam cartunescas, as que reagem com uma indiferença esquisita, etc - sobre a indiferença esquisita, é de se lembrar que existem os estranhos vídeos de apresentadoras de TV que recebem parceiros sexuais, enquanto têm de continuar a trabalhar na narração de notícias tentando ignorar que estão no meio do ato sexual).

Uma característica que destaco é que em muitos videos hentai de fantasias dentro de transportes coletivos, dá a impressão que os amantes estão se libertando da frieza da falta de contato, quebrando tabus, etc. Dizem que muitos dos tarados dos transportes coletivos são pessoas estressadas que querem descarregar em algo, e acabam realizando esses abusos se protegendo do anonimato. Mas em muitas produções hentai, parece que não é abuso por abuso, a vítima mulher também fica meio "agradecida" por estar sendo libertada, talvez não apenas libertada naquele contexto espacila, mas libertada pelas pressões muito púdicas da sociedade, libertadas da cultura anti-sexual (ou anti-liberação sexual), ou seja, para além do contexto espacial, carregarão a parte "boa" da experiência para suas vidas.

Bem, poderíamos passar muito tempo discutindo que essas fantasias parecem de gente virgem ou inexperiente no sexo (alguns dizem que justamente para esse público que esiste pornografia em forma de desenho animado), ou sem-noção de como funcionam os relacionamentos em termos de corpo e alma/comportamento (tem os que dizem que pornografia em forma de desenho animado é justamente para explorar as possibilidades irreais). Um dos consensos possíveis seria dizer: sim, em boa parte são apenas fantasias, reflexo de algo execrável (como a vontade sádica), ou de algo mais inocente (no fundo se quer apenas contato humano, pois as relações são muito frias dentro da sociedade/cultura dos espaços públicos, principalmente japoneses).

CONCLUSÃO:

Na primeira parte mostrei um pouco das manchetes gerais e opiniões feministas que são contra a PL. a parte seguinte, mostramos um pouco das entranhas do blog, analisando (ao mesmo tempo que mergulhamos) as fantasias (desculpem, esse é o problema desse blog, se você for analisar dando play em tudo, e principalmente se pesquisar mais na internet, você sai meio "diferente" desse mergulho). Bem, então vamos à conclusão:

O blog também é contra a PL. Primeiro porque comparando o contexto japonês com o brasileiro, se vê que os contextos são diferentes. Fantasias masculinas podem ter fetiches em comum (sadismo, libertação, anominato, desapego, etc), mas pelos materiais hentai/pornô, se vê que lá as fantasias se desenvolveram de outra forma. O segundo motivo é porque essa separação de sexos pode até aprofundar a frieza e falta de contato, o que pode alimentar as fantasias de querer quebrar essa frieza/convenção social. Japão é um país muito bom em combinar a frieza com bom atendimento (máquinas automáticas que vendem produtos dizem obrigado, esse tipo de coisa), mas para melhorar o relacionamento, o respeito mútuo, talvez seja necessário o contrário, como muitos blogs feministas frisaram, é necessário ir mais além, algo mais discutido, com calor humano, e não simplesmente com as frias setas indicando onde mulheres e homens devem se dirigir.

COMPLEMENTOS:

Muita coisa poderia complementar essa investigação/post. Videos pornôs/hentai do gênero existem aos montes e quem quiser pesquisar achará os vários gêneros que citei (não estou incentivando buscá-los, fica por conta de cada um). Sobre estudos de comportamentos, de como a nossa sociedade acaba sendo castradora alientando um ideal anti-libertação sexual (ou anti-sexual mesmo) já produziria outros tantos resultados. Como as pessoas acabam ficando com vontade de quebrar isso já daria outros tantos, e como essas coisas se transformam em fasntasias do inconsciente, mais outros tantos...

Bom, então de deixar link, só vou deixar um mesmo. Eu o destaco pela qualidade, é um conto muito bom que reflete a frieza da sociedade atual. O personagem principal, a certa altura do conto, vai de uma cidade à outra, hospeda-se, faz-check-in, etc por computador, e tudo isso sem ter nenhum contato humano. E um de seus passatempos preferidos é passar trotes, ou seja, ele tem prazer (ainda que não-sexual) em perturbar os outros se protegendo do anonimato, com sensação de desapego e inconsequência. O conto é de Sam McPheeters e foi escrito para revista Vice, no original se chama "Quant" e na tradução para português ficou "Algoritmos quantitativos". Infelizmente, deve ter havido algum problema no site da Vice em português (vou lá reclamar!), mas na versão em inglês tá completa.

em português: http://www.vice.com/pt_br/read/algoritmos-quantitativos-v2n11
em inglês: http://www.vice.com/read/quant-630-v17n12
(um site comentou que esse conto é bom mesmo e bem que poderia virar filme.)

Bem, é isso pessoal, quem não conhecia o blog, desculpe qualquer coisa. Espero que não tenham saído perturbados nos mergulhos que se dá aqui para investigar os temas.